terça-feira, 28 de outubro de 2008

2º ano E. Médio - Qualidade de vida e indicadores da população brasileira - aula 16




16. Qualidade de vida e alguns indicadores da população brasileira


Em 2000 a esperança ou expectativa de vida do brasileiro era de 68 anos em média. Embora tenha aumentado nas últimas décadas, ainda é baixa quando comparada com a dos países desenvolvidos, como Japão – 80,6 anos em média, Suécia 78,6 anos, Holanda 78 anos, ou mesmo países subdesenvolvidos como Cingapura 77 anos e Argentina 73,2 anos. E ela não é a mesma para todas as classes sociais: é maior para as de mais alta renda e bem menor para as de baixa renda.
Como a distribuição da renda no Brasil tornou-se cada vez mais concentrada nas últimas décadas, essa diferença se agravou, pois as camadas de baixa renda passaram alimentar-se pior e a sofrer problemas de subnutrição, o que reduziu bastante sua expectativa de vida em relação as camadas de alta renda. E mesmo que porventura haja diminuição na porcentagem dos que ganham um salário mínimo ou menos, isso não significa necessariamente uma melhoria, pois os preços muitas vezes sobem proporcionalmente mais que o salário mínimo.
Outro elemento importante para aferir a qualidade de vida de uma população é o índice de mortalidade infantil. Ele refere-se ao numero de crianças que morrem antes de completarem u ano de idade e também costuma ser expresso por mil (quantidade de crianças com até um ano de idade, em cada grupo de mil, morreram durante um ano). No Brasil os índices médios de mortalidade infantil – apesar de terem diminuído nas últimas décadas – ainda são muito altos: 35‰, enquanto na Suécia são de apenas 5‰ e nos Estados Unidos de 7‰. Mesmo alguns países subdesenvolvidos têm índices de mortalidade infantil bem menores que os do Brasil, como Paraguai 29‰, Coréia do Sul 9‰, Argentina 22‰ e Tailândia 29‰, além de outros .
Esses índices relativamente elevados têm duas causas principais: os rendimentos da família, consequentemente, sua alimentação e as condições higiênicas e sanitárias locais – rede de esgotos, água, condições de habitação, etc. assim, eles variam muito conforme a região, a cidade – as camadas de renda mais alta, uma minoria da população total, apresentam baixos índices de mortalidade infantil, ao passo que as camadas de rendimento mais baixo têm índices maiores que a média do país.
Também no que diz respeito à escolarização, a população brasileira ocupa posição inferior à dos países desenvolvidos e mesmo à de inúmeros subdesenvolvidos. Cerca de 14% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não sabem ler nem escrever, sendo, portanto, analfabetos. O Brasil é um dos nove países do mundo que possuem mais de 15 milhões de analfabetos, enquanto muitos países do sul já conseguiram reduzir a quase zero suas taxas de analfabetismo, por exemplo Uruguai 2,5%, Coréia do Sul 2,8%, Chile 4%, Cuba 4%. Quanto ao ensino médio, a porcentagem dos brasileiros que o cursaram é de apenas 7%; na Malásia, esse número sobe para 21% e na Coréia do Sul para 56% da população total.
No que se refere à nutrição da população brasileira, as pesquisas mais recentes do IBGE mostram que a média de consumo de alimentos no país está dentro do mínimo considerado recomendável pela FAO(Organização de Alimentação e Agricultura da ONU) E OMS(Organização Mundial da Saúde), ou seja, uma alimentação balanceada em torno de 1 000 gramas ou 2 500 calorias por dia. A média nacional está cerca de 3% acima desse padrão.
Mas há regiões, especialmente o Nordeste, em que o consumo fica abaixo dessa média nacional. Aliás, nas camadas populacionais de baixa renda, em todo o país, o consumo diário de calorias, proteínas e vitaminas é muito baixo, caracterizando, muitas vezes uma desnutrição, que, especialmente nas crianças, ocasiona várias conseqüências, como deficiências de pesos e estatura, retardamento mental e menor resistência às doenças.
É preciso lembrar que as desigualdades sociais no Brasil estão entre as maiores do mundo e que uma média apenas 3% do mínimo recomendável indica que, como a minoria rica consome muito, a maioria da população, em especial as camadas de baixa renda, tem necessariamente um nível de consumo alimentar bem abaixo desse mínimo. Mesmo países como Holanda e Suécia, onde as desigualdade sociais não são tão intensas, apresentam diferenças no consumo alimentar de acordo com as faixas de renda. Só que nesses países há um índice médio bem acima – cerca de 30% - do padrão mínimo recomendável.
Considerando vários indicadores relativos à qualidade de vida da população – expectativa de vida, escolaridade, saúde e nutrição, rendimentos, etc – o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), elaborou um índice de avaliação denominado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), aplicado a 174 países e atualizado anualmente. Ele obedece a uma escala de 1 a 0, sendo que as nações com melhores condições de vida – como Canadá, Japão e Suíça – têm IDH próximo de 1, ao passo que aquelas com os piores padrões médios de vida – como Serra Leoa, Etiópia e Níger – têm IDH mais próximo de 0. no levantamento de 2000, o Brasil aparece na 74ª posição, no meio dos Estados com IDH médio.
Mas existem grandes diferenças regionais no Brasil e algumas áreas ou regiões têm IDH maior e outras menor. Uma pesquisa feita em 1996 pelo governo brasileiro em colaboração com a ONU, mostrou que existem várias situações diferentes no IDH no Brasil.
A região, que abrange todo o sul do país até São Paulo – e também Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais – , possui o IDH mais elevado. Isso indica que os indicadores da qualidade de vida são em média maiores aí que no restante dos país.

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