quinta-feira, 23 de outubro de 2008

3º ano E. Médio - O relevo e a hidrografia africana.



16. O relevo e a hidrografia africana


O continente africano é uma vasta plataforma tabular, onde predominam os terrenos cristalinos e uma série de planaltos (600 a 700m de altitude). São vastos platôs sedimentares ou superfícies aplainadas pela erosão, dos quais sobressaem picos rochosos isolados, semelhantes ao Pão-de-Acúcar. Os planaltos são elevados no litoral e descem bruscamente para o mar em degraus abruptos.
Para o interior o relevo é suave. Formaram-se grandes bacias, as quais são de dois tipos: endorréicas ou fechadas (sem saída para o mar), como as dos lagos Tchad e Ngami, cuja extensão se reduz bastante durante a estação seca; e exorréicas ou abertas, como as dos rios Congo, Nilo e Zambeze, que foram erodidas nas costas e passaram a ser drenadas por rios poderosos, os quais abriram caminho até o mar, atravessando planaltos e relevos litorâneos.
Cadeias montanhosas:
§ Norte: observam-se cadeias de dobramentos recentes, com grandes saliências. É a chamada África Menor ou Magreb, onde se destaca a Cadeia do Atlas. Formado por alinhamentos de cadeias, o Atlas possui ainda uma zona de planaltos; seus cumes nevados e seus vales de origem glacial evocam as montanhas alpinas; sua altitude é superior a 4.000m de altitude.
§ Sul: encontramos um extenso planalto, formado pela Cadeia do Cabo e pelos montes Drakensberg (3.335m).
§ Leste: destacam-se 0 Maciço da África Oriental, com seu planalto lacustre e imponentes vulcões, que acompanha toda a porção oriental da África, desde a Etiópia até Moçambique; é o Maciço da Etiópia ou Abissínia, próximo ao Mar Vermelho.
§ Oeste: próximos ao Golfo da Guiné, encontramos o Maciço dos Camarões e o Fouta Djalon.
Na faixa oriental da África, sobre o Maciço da África Oriental, encontramos gigantescas montanhas de origem vilcânica. Destacam-se:
§ Monte Quilimanjaro ou Quibo – ponto culminante da África, com 5.893m de altitude. Também conhecido como Montanha Branca, pela presença de neves eternas no seu cume, situa-se entre o Quênia e a Tanzânia.
§ Monte Quênia – segundo da África, com 5.100m de altitude, situa-se no interior do Quênia e é vulcânico.

Desertos:
O Saara – é o maior deserto do globo (7 milhões de Km²), corresponde a um imenso peneplano que vai do Atlântico ao Mar vermelho, ocupando todo o Norte da África. É uma vasta região de rochas e areia, caracterizada por uma aridez desoladora. As temperaturas são elevadíssimas durante o dia, chegando a 59ºC na Líbia; mas durante a noite a temperatura cai bastante, podendo atingir até 0ºC. os curso de água (uerds), mais comuns na periferia, são temporários ao
norte e ao sul, e só fluem quando chove, terminando sempre espraiados em bacias de drenagem interna.
Há três tipos de desertos – o hamada, uma espécie de planalto rochoso, às vezes parecido com um chapadão seco e duro; o reg, que é uma vasta área de seixos e cascalhos amontoados; e o erg, que faz lembrar um oceano de areia, em que as dunas parecem vagas. Existem também maciços isolados em pleno Saara, alguns deles denotando atividade vulcânica.
Os maciços isolados têm sido reduto de povos nômades e aguerridos, os tuaregues, enquanto os oásis, que surgem em lugares onde aflora a água subterrânea, são preferidos pelos agricultores sedentários.
O Saara tem-se transformado pela influência direta do mundo moderno. Nele foram abertas rodovias e o transporte aéreo liga os lugares isolados.
O Saara possui grandes riquezas minerais e sua exploração é um aspecto muito importante para a economia africana. Há jazidas de ferro, manganês e, sobretudo, de gás natural e petróleo na Argélia e na Líbia. Juntamente com o petróleo foram descobertos também grandes lençóis de água subterrânea, que podem dar início à ocupação humana em muitos lugares despovoados.
O Kalahari – situa-se ao sul da África, sendo cortado pelo Trópico de Capricórnio e caracterizado quase totalmente a Botswana.
A hidrografia – alguns rios africanos figuram entre os maiores do mundo. Entretanto, como vias naturais de penetração, não têm grande importância. Assim acontece porque eles possuem percursos muito irregulares: para atingir o mar são forçados a penetrar pelos planaltos, cortar gargantas estreitas, saltar cascatas e correntezas, e tudo isso dificulta a navegação.
Ao regimes fluviais são variados. Há cursos que são intermitentes, característicos das regiões secas. Os perenes de regime tropical, como o Níger e o Zambeze, apresentam grandes cheias na estação chuvosa e reduzem-se bastante durante o período da estiagem. Apenas os rios equatoriais, como o Congo, fluem abundantemente durante o ano todo.


O Rio Nilo – possui mais de 6.500 Km e é o segundo do globo em extensão. Nasce no lago Vitória com o nome de Nilo Branco e, caminhando sempre para o norte, atravessa a Uganda, o Sudão e o Egito. No Sudão, recebe as águas de seu principal afluente: o Nilo Azul, oriundo do Lago Tana, na Etiópia. Possui outros afluentes. Após atravessar 2 mil Km do Deserto do Saara, o Nilo atinge o Mar Mediterrâneo, desaguando num imenso delta (600km de largura), onde situa duas das maiores cidades da África: o Cairo e a Alexandria.
O período chuvoso, de junho a setembro, marca as cheias, que atualmente são controladas pelas represas de Assua e Assiut.
O Rio Congo – é o segundo do globo em volume de água , após o Amazonas, e o segundo da África em extensão, com 4.600 Km. Nasce em Shaba, na Rep. Democrática do Congo, no Lago Bangüê e recebe as águas do Lago Tanganica. Com regime equatorial, atravessa duas vezes o Equador e deságua no Atlântico, em Angola. Possui um dos maiores potenciais hidroelétricos do mundo; em seu curso médio encontramos as cachoeiras de Livingstone, com cerca de 32 quedas.
O Rio Níger – é considerado o terceiro rio da África, o Níger nasce nos montes Fauta Djalon, no maciço da África Ocidental, e deságua num delta no Golfo da Guiné, na Nigéria, após percorrer cerca de 4.200 Km. Na região do seu delta há grandes áreas petrolíferas (Biafra)
O Rio Zambeze – é considerado o quarto rio da África e o primeiro do Sudeste africano. Nasce em Angola e deságua no canl de Moçambique, após percorrer cerca de 2.600 Km. Conhecido por possuir as famosas cataratas de Vitória, nele encontra-se uma das grandes hidrelétricas africanas: Cabora Bassa, em Moçambique
Além dos já citados, a África possui outros rios importantes, como o,Orange e o Limpopo, na África do Sul, e o Senegal, no Senegal.

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